domingo, 25 de maio de 2008

E depois dizem que o povo não sabe votar

E depois dizem que o povo não sabe votar

Jorge Henrique Saladino

É deprimente ver em uma cidade como São José dos Campos uma classe política tão aviltante e desprezível, onde partidos transformados em pequenos feudos, cujo interesse é apenas garantir sua pequena cota de poder e interesse, tiram do povo justamente a oportunidade de escolher através do voto seus representantes, num atentado claro à democracia.

Esvaziados de ideais e propostas concretas, os partidos de São José dos Campos tornaram-se meros balcões de negócio onde o que interessa é o “quem dá mais”.

Nesta semana assistiremos mais um capítulo desta trágica novela, onde mais um partido, o partido verde, integrará a base de sustentação da reeleição do prefeito que contará com mais de 10 partidos, o que lhe permitirá ter um latifúndio no horário eleitoral, impondo ao povo um só idéia de cidade.

Engraçado ver que muitos desses partidos, em especial o PMDB e PV manifestaram publicamente o interesse em lançar candidatos à prefeito na cidade. O que será que aconteceu?

Não precisa ser muito inteligente para perceber que vivemos em São José numa espécie de lei da mordaça, de ditadura disfarçada, onde só os amigos do rei tem direito à voz e razão e que qualquer um que pense numa cidade diferente onde o cidadão seja o ideal e a meta, terá seu direito de expressão calado ou deformado como vemos diariamente nestes programas de rádio comprados que só permitem aos aduladores darem sua opinião e, quando um mais crítico escapa ao crivo, logo sua idéia é desqualificada e taxada sobre o rótulo de eleitoreira.

Será que nós, povo, somos assim tão manipuláveis que não vemos essa imposição de um só nome nesta eleição por essa desprezível classe política que nos trata como gado?

É hora de dar um BASTA à isso tudo! Um BASTA à exploração da mão de obra do povo pela prefeitura nesta aviltante frente de trabalho, um BASTA à essa forma truculenta de governar que não dá oportunidade ao povo para opinar e quer empurrar tudo goela abaixo, um BASTA à esses políticos que se dizem diferentes mas agem sempre da mesma maneira, um BASTA à esse modelo de cidade que exclui o cidadão e privilegia quem tem dinheiro, um BASTA e FORA COM ELES!

Que cada cidadão dessa cidade se erga em protesto e nesta eleição grite bem alto FORA COM ELES! E na urna dê a resposta definitiva anulando o voto ou votando no candidato que tenho mínimas chances para que ELES aprendam que quem manda ainda é povo!

FORA COM ELES!

Jorge H. Saladino

Arquiteto em São Jose´dos Campos

domingo, 11 de maio de 2008

Fábrica de mendigos e desigualdades


Fábrica de mendigos e desigualdades

Jorge H. Saladino

É interessante ver o legado da famigerada “Fábrica de Empregos” mote principal que levou os tucanos ao poder em São José dos Campos. 12 anos depois, o que se vê é o agravamento da desigualdade social em nossa cidade, dividida, como na idade média, entre os excluídos sociais, e uma “nobreza municipal”, muito bem acomodada nas várias ilhas de fartura, segurança e qualidade de vida, que se constituíram em condomínios. O próprio prefeito, foi o primeiro à escolher seu lado, moço de origem humilde que “Deus ajudou e ganhou dinheiro” e hoje mora num dos condomínios mais luxuosos da cidade, totalmente alheio a cidade que acontece debaixo do seu imenso nariz arábico. Talvez por isso, o mesmo, assim com seus puxas-sacos, hajam sempre como Maria Antonieta, negando a realidade sempre que ela se evidencia, mandando o povo comer brioches.

A pesquisa da Unesco sobre o número de mendigos na cidade, ou como o Secretário de Desenvolvimento Social prefere dizer: moradores de rua, só mostra aquilo que todo mundo já sabe: Debaixo dos jardins babilônicos de São José dos Campos, a coisa fede, e fede muito! É só osso debaixo deste angu.

O discurso empreendedor, a privatização da prefeitura para os amigos do peito, a precarização do trabalho, japonês vice-prefeito e secretário de desenvolvimento econômico, só podiam transformar São José no melhor exemplo ocidental de implantação do Toyotismo, forma de organização do trabalho que visa explorar ao máximo o trabalhador, cortando direitos trabalhistas, como férias, horas extras e 13°, educando robozinhos que não questionam e só vivem em função do trabalho que não existe, fazendo com que o cidadão esteja 100% do seu tempo à disposição do patrão, diminuindo salários e ai por diante, aumentando o desemprego para que as pessoas se sujeitem a ganhar cada vez menos pelo medo de perder o emprego e por ai vai.

A exploração é tanta que os boa parte dos pseudo-projetos sociais, na verdade, são formas de explorar o trabalhador de São José à se sujeitar à ganhar pouco e trabalhar muito para não morrer de fome ou não morrer o sonho. Assim, milhares de trabalhadores são utilizados no “bolsa auxílio” para fazer um serviço pesado que a prefeitura teria que contratar de qualquer maneira, vez que seu quadro está há muito defasado pela ausência de concursos públicos há anos, são obrigados à cumprir jornada diária de 8 horas, sem direito, à férias, 13°, inclusive á licença médica que é descontada de seu holerite, estagiários que excedem em muito o número permitido por lei, fazem o trabalhado administrativo sem direitos trabalhistas, agentes da cidadania, que por ironia do destino, não tem acesso ao requisito mínimo da cidadania que é igualdade de direitos trabalhistas.

Mesmo assim, o discurso empreendedor, que cria um novo rico e uma multidão de novos pobres ao seu redor, continua à acirrar a desigualdade, e muita gente ainda se vê e se verá ainda mais, à margem do mercado de trabalho, sem direito à moradia, pois aqui se você é sem teto não pode nem morar debaixo da ponte, tem de entrar numa fila para o programa habitacional para daqui alguns anos dar a sorte de ser sorteado caso já não tenha morrido de fome e frio.

Os mendigos que o prefeito e o secretário não vêem na cidade, são devidamente levados para periferia pela noite afora, superlotando comunidades terapêuticas clandestinas, que depois são fechadas pela própria prefeitura por não terem nenhuma ajuda e condições sanitárias mínimas e essas pessoas são remanejadas para outras cidades, porque miséria só no vizinho.

Não podemos continuar com essa política de cidadãos de 1ª, 2ª e 3ª classes em nossa cidade, é hora de dar um basta nessa gente que trata o ser humano como lixo!

Jorge H. Saladino

Arquiteto

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