Opus Dei X Igreja Batista e o fim do Estado laico
A putaria que virou essa cidade dividida entre ratos nazistas de bico grande (também conhecidos como tucanus) setores ligados à organização fasci-católica Opus Dei, uns safadinhos baptistas, sempre com a omissão despudorada da oposição petista e seus carolas que fingem que fazem alguma coisa, mas comem também do sujo angu pelas beiradas, cercado pelos ladrões de galinhas os prefeitos-xerifes de bairro (vereadores de situação), põe em xeque a separação entre fé e política, essencial num regime democrático.
Demagogos e ladrões, vão dividindo a cidade em feudos com as privatizações de serviços essenciais (Gavione e sua Opus Dei esta semana levaram mais um lote) e o povo, como sempre, sendo cada vez mais expropriado
Abaixo um texto do Alberto Dines que mostra como essa corja age em todo o país.
Jorge Saladino
*"TODO MUNDO SABE..."*
...mas *Época* foi a única a mostrar como funciona o "*pool espiritual"*
*Por Alberto Dines em 16/1/2006*
Revelação da maior importância no cenário jornalístico brasileiro, mas
apresentada de forma serena, profunda e equilibrada. Sem grampos, dossiês
secretos e nem arapongagem.
A matéria de capa da última *Época* (nº 400, de 16/1/06) sobre a Opus Dei é
um marco. Vai fazer história. Sua importância não é teológica ou
doutrinária, como à primeira vista pode parecer. Das 12 páginas da
reportagem, apenas duas (e quase no fim) são relevantes para a nossa
imprensa. Mas arrasadoras, valem por uma retumbante manchete.
É o primeiro flagrante da estratégia da Opus Dei para dominar nossos meios
de comunicação e conquistar os corações e mentes dos brasileiros. É também
uma contundente resposta às piruetas do colunista Diogo Mainardi de *Veja*,
que só consegue enxergar a fantasiosa infiltração comunista nos meios de
comunicação mas fecha os olhos às evidências concretas de um processo de
controle da nossa mídia em curso há mais de uma década.
A Opus Dei é uma confissão ou ordem religiosa mas é, principalmente, um
projeto ideológico para conquistar o poder através da lavagem cerebral de
seus adeptos. Isso fica evidente no trecho intitulado "Ligações poderosas"
(págs. 70-71), no qual Carlos Alberto Di Franco, representante da
Universidade de Navarra (Espanha), dono de uma consultoria para projetos
jornalísticos, responsável pelo programa de capacitação Master em Jornalismo
e um dos "numerários" mais influentes da Opus Dei no Brasil, admite em
cândida entrevista que já foram doutrinados 200 editores brasileiros.
Não são estudantes, estagiários ou jornalistas iniciantes. São duas centenas
de editores, portanto chefes, gente que decide o que sai, como sai ou deixa
de sair nos jornais, revistas, rádios e televisões brasileiras. São os
famosos *gatekeepers* , porteiros das redações, fiscais da notícia. Que serão
carinhosamente acompanhados ao longo de suas vidas e conseguirão belos
empregos nos veículos ligados à Opus Dei.
*
Platitudes periódicas
*
A entrevista-confissã o é uma preciosidade em matéria de cinismo. Quando o
repórter pergunta a Di Franco por que não se identifica como "numerário" da
Opus Dei ao pontificar sobre imprensa ou cultura, o professor de Ética
Jornalística responde simplesmente: "Não acrescentaria nada. Na mídia todo o
mundo sabe".
Mas "todo o mundo sabe" que Navarra, o Master e a empresa de Di Franco estão
associados a uma consultoria de Miami, a Innovación (agora transformada em
Innovation) agarrados à SIP (Sociedad Interamericana de Prensa) e à ANJ
(Associação Nacional de Jornais)?
"Todo mundo sabe" que Di Franco, além de porta-voz das verdades
jornalísticas da Opus Dei na página 2 do *Estado de S.Paulo* tentou estender
os seus domínios ao *Globo*?
Poucos sabem: a coluna então semanal da Opus Dei no jornalão paulista já
estava sendo exportada para o jornalão carioca até que a redação estrilou. E
a direção teve que contentar-se com a republicação periódica das platitudes
produzidas pelo "numerário" da Opus Dei (igualmente não identificado como
tal).
*
Projeto de poder
*
Em princípio nada há de errado na pretensão de uma ordem religiosa em
manifestar suas idéias. Os jesuítas fizeram isso ao longo de alguns séculos
até que o Marquês de Pombal deu um basta. Nossa Constituição estabelece o
primado da liberdade para crer, descrer e manifestar-se. Graças a Deus,
nossa República parece comprometida com o secularismo. Mas esta é uma das
balelas fundamentais da nossa Carta Magna.
Numa República efetivamente secularista este assalto à mídia já teria sido
questionado publicamente desde meados dos anos 1990. Naquele momento nossa
mídia começou a adotar estranhas convergências e aproximações. Numa
indústria caracterizada pela disputa e pela diversificação, o complexo Opus
Dei-Navarra- Master conseguiu produzir um insólito *pool* entre os
competidores.
"Todo mundo sabe" que esta unanimidade pode mascarar um perigoso projeto de
poder?
Graças à *Época* alguma coisa já se sabe. Falta o resto.