terça-feira, 24 de junho de 2008

Pedro Simon é o cabotino fundamental

Pedro Simon é o cabotino fundamental

Nas várias horas que o senador esteve na tribuna ele não aproveitou para explicar que grande parte da crise no qual está enterrado o Rio Grande é de sua inteira responsabilidade política, uma vez que Sua Excelência é o padrinho eleitoral de inúmeros governadores que passaram pelo Piratini

- por Cristovão Feil (http://diariogauche .blogspot. com/)

O jornal Zero Hora entrevistou o senador Pedro Simon (PMDB-RS). Está publicado hoje, no jornal do bairro Azenha de Porto Alegre.

Trata-se de uma das coisas mais cabotinas que eu já vi na mídia oligárquica brasileira desde que o pioneiro Hipólito José da Costa lançou o seu impresso em 1808.

É uma tentativa de mitificar o gesto - de resto, inútil - do senador guasca ao discursar por várias horas no Senado na última sexta-feira, com o intuito - repito, inútil - de pressionar o Executivo para que enviasse ainda naquele dia a mensagem autorizando um empréstimo com o Banco Mundial.

A entrevista quer selar Pedro Simon como o herói responsável por uma façanha digna dos farroupilhas (ou quem sabe de Júpiter), tratando o governo federal como um agregado de pequenos moleques que insistiam em boicotar a redenção do Rio Grande.

Tem uma pergunta do repórter de ZH que é comovente:

ZH - Durante o longo período que ficou no plenário, o senhor não sentiu necessidade de tomar água ou ir ao banheiro?

Simon - Água eu bebia até demais. A todo momento, tinha água e cafezinho. Do resto, eu nem me lembrei. Não me passou pela cabeça.

Nas várias horas que o senador de bombachas esteve na tribuna ele não aproveitou para explicar aos seus pares (foto com o senador Heráclito Fortes) que grande parte da crise no qual está enterrado o Rio Grande é de sua inteira responsabilidade política, uma vez que Sua Excelência é o padrinho eleitoral de inúmeros governadores que passaram pelo Piratini e só o afundaram com mais ênfase e intrepidez cívica. Simon também deixou de comentar sobre o pântano ético no qual se movimenta a sua protegida, Yedinha Rorato Crusius, e tampouco sobre as trapalhadas no qual estão metidos seus pupilos que dirigem o Banrisul.

Um pena, perdeu uma oportunidade de ouro, Sua Excelência. Chamou a atenção na sexta-feira, também, que nenhum senador tucano estivesse presente à sessão. Será que os cardeais tucanos são contra a "redenção" do Rio Grande?

Zero Hora, aliás, omite sobre essa vadiação dos companheiros da governadora Yeda Crusius, naquele momento tão crucial para ela.

Leia a entrevista cabotina aqui na íntegra.

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P.S: Cabotino, segundo o dicionário Houaiss, é relativo a ou indivíduo presunçoso, vaidoso, que se comporta afetadamente ou tenta atrair sobre si as atenções, e alardeia as qualidades que pretensa ou realmente possui.

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