quinta-feira, 24 de julho de 2008

as aventuras do Lobo Cury




Justiça obriga Cury a rever indenizações da Via Norte

Valores apresentados pela prefeitura sofreram reajustes na Justiça entre 10% e 20%

Um grupo de 14 famílias afetadas pelas obras da Via Norte conseguiu garantir na Justiça a revisão das indenizações propostas pela Prefeitura de São José dos Campos.

Os valores apresentados inicialmente sofreram reajustes entre 10% e 20%, após avaliações realizadas por peritos judiciais a pedido da Defensoria Pública.

Os processos de desapropriação tramitavam desde o início deste ano. A administração informou ontem que não pretende contestar os valores definidos pela Justiça.

A expectativa é que os moradores recebam suas indenizações ainda este mês. O prazo para que eles deixem suas casas não foi divulgado e todos os imóveis serão demolidos.

No total, 186 famílias dos bairros Vila Rossi e Vila São Paulo foram afetadas pelo traçado da nova avenida, que ligará a região central à zona norte de São José.

Até agora, 168 delas já deixaram suas casas após acordos amigáveis com a prefeitura. Outras quatro chegaram a receber indenizações, mas ainda não desocuparam os imóveis.

A administração municipal já gastou mais de R$ 7 milhões com a remoção dos moradores. O impasse envolvendo as últimas famílias pode comprometer a entrega da Via Norte (leia nesta página).

POLÊMICA - Segundo a prefeitura, as primeiras indenizações haviam sido calculadas a partir de laudos elaborados pelo Creci (Conselho Regional dos Corretores de Imóveis). Alguns imóveis teriam passado por até quatro avaliações.

"Apenas 14 famílias não aceitaram os valores propostos. Os peritos da Justiça fizeram uma nova avaliação e a prefeitura já pagou a diferença. Decidimos não contestar porque consideramos que a variação foi pequena", disse o secretário de Assuntos Jurídicos Aldo Zonzini Filho.

Enquanto as indenizações não saem, as famílias remanescentes convivem com o clima de insegurança em meio aos escombros das casas demolidas. Alguns imóveis encontram-se isolados, a 100 metros de distância do vizinho mais próximo.

"Desde que começaram as primeiras demolições, a gente nunca mais teve sossego. Hoje, a gente nunca deixa a casa sozinha. Sempre fica alguém para tomar conta", afirmou Gianni Aparecida Calado, 41 anos, moradora da antiga travessa Miguel Eras 2.

Gianni se diz conformada com o desfecho do processo. "A gente não vê a hora de sair daqui e arrumar uma outra casa para morar. Tenho medo de continuar aqui. Nosso bairro ficou muito perigoso por causa dos escombros que a prefeitura deixou."

REVOLTA - Sebastião Guilherme Pereira da Silva, 45 anos, morador da antiga travessa Miguel Eras 3, não esconde a insatisfação com o dinheiro que receberá em troca da casa, mesmo após a revisão feita pela Justiça. Ele promete processar a prefeitura.

"Minha casa tem 186 metros quadrados de área construída. O preço dela no mercado é R$ 134 mil. Vou receber R$ 114 mil e mesmo assim depois de recorrer à Justiça. A gente não teve escolha. Era sair ou sair. Eu me sinto lesado."


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