terça-feira, 29 de julho de 2008

Frente de Trabalho em São José ou drible na Lei áurea.

Frente de Trabalho em São José ou drible na Lei áurea.

Por Jorge Saladino

Como miséria pouca é bobagem, a cidade de São José dos Campos, sempre à vanguarda das novas tendências neoliberais de exploração do trabalho e dos mais pobres, mais uma vez inova como suas frentes de trabalho travestidas sobre o generoso nome de Bolsa Auxílio, onde, aproveitando-se da miséria e da falta de perspectivas do povo mais carente da cidade, vem contratando diversas pessoas para fazer o trabalho mais pesado da prefeitura, como limpeza, capinar lotes, varrer ruas, fazer concreto e tudo o mais, “auxiliando-as” à viver eternamente na miséria, vez que, para realizar este serviço, recebem um salário mínimo, sem direito à carteira assinada, férias, horas-extras (que fazem todos os dias sem receber), falta justificada por doença e por ai vai. E como trabalham sem parar o dia todo, feito burro de carga, das sete da manhã às cinco da tarde, boa parte do tempo sendo humilhadas por chefes que ficam o dia todo com os pés para o ar, confortavelmente instalados em suas poltronas, chegam exaustos e sujos em casa, sem disposição nem tempo para sair desta condição.

Como sempre tem uma resposta pronta, o prefeito alega que “ajuda” estas pessoas, onde elas não trabalham para ele, mas “fazem cursos” e, uma vez por semana, para justificar não ter de pagar os direitos trabalhistas dessa gente, dá um cursinho de 2 horas no Prodec para ensiná-los à fazer pão. O problema é que, com tanta gente fazendo pão na cidade, já tem gente trocando o pão pela farinha.

O povo pode ser pobre, mas não é burro e só aceita a cangaia do prefeito para não passar fome.

O excesso de serviço dessas pessoas demonstra claramente que já é passada a hora de abrir concursos públicos nesta cidade, mas para que, se é mais fácil explorar quem tem fome e ainda passar por pai dos pobres? É preciso por um basta nesta situação, pois direito de trabalhador não é privilégio, privilégio é ajeitar para amiguinhos a administração de hospitais, de centros culturais, de creches e por ai vai. Não podemos ter uma cidade para os amigos do prefeito e outra para o resto. OU ELES MUDAM OU MUDAMOS COM ELES!

Jorge Henrique Saladino

Arquiteto

1 Comentário:

Anônimo disse...

Muito boa! boa mesmo!
Mas falando em mão de obra e a minha classe como fica "Os Super-estágiário"?.
Ja que somos os "mucamas" dessa senzala chamada prefeitura.
Isso sim é a prova descarada que não há concursos públicos nesse municipio, somos apenas 3000 ao todo!
Sendo humilhados por chefes que não tem nem Ensino Medio Completo, aí vem a pergunta "Será que vale a pena ter Curso Superior?".

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