sábado, 24 de janeiro de 2009

A ditadura do Discurso Único

Desde a queda do muro de Berlim temos sido violentamente acossados pela ditadura do discurso único.

Atordoadas pela falência da primeira tentativa de estabelecimento de um sistema alternativo ao capitalismo, que deturpou-se num Estado burocrático e centralizador, as esquerdas entraram em pane, e nesta pane, buscaram de todas as maneiras ajustar-se a nova ordem mundial.

Aproveitando-se desta “crise de identidade” que abalou a fé e a auto-estima dos movimentos sociais, os setores mais reacionários do planeta aproveitaram para estender seu projeto hegemômico por todo planeta e para isso, valeram-se entre outros artifícios vis, da imposição de um discurso único, repetido como um mantra diariamente, através do controle dos meios de comunicação de massa e da manipulação da educação formal, uma mensagem é mais ou menos esta: -“ Somos a única alternativa viável, somos o único caminho, qualquer tentativa de se fazer diferente do que dizemos, está fadada ao fracasso”.

Lógico que um discurso frágil, restrito a uma ameaça do tipo “Vá por aqui, não por ali”, por mais que fosse repetido exaustivamente, não faria com que as pessoas simplesmente parassem de olhar para os lados, então, paralelamente, começaram a perseguir de perto toda tentativa de buscar novas soluções afim de reduzi-las ao fracasso, ao mesmo tempo que, como conquistadores modernos, nos seduziam com bugigangas eletrônicas desnecessárias, em troca da nossa submissão total.

O jogo foi tão bem feito que, até mesmo em momentos de crise como o que estamos vivendo, ainda nos pegamos repetindo os mantras dos telejornais e defendendo os interesses dos dominadores ao invés do nosso de dominados, basta ver as pessoas se sujeitando a qualquer coisa, para manter um emprego que cada vez mais o explora, mas que ele não vê, porque tornou-se por demais “viciado” nas “facilidades modernas” que este mundo lhe oferece para se distrair, como um novo celular, e por estas entrega a alma sem pestanejar.

Incapaz de enxergar que não existe empregador sem empregado, explorador sem explorado, e riqueza sem trabalho, continua, como um viciado em cocaína, entregando tudo que tem por mais um momento de prazer, mesmo sabendo que estará no fundo do poço daqui a pouco.

É o momento de romper este discurso e olhar para os lados, se não houver portas, que arrombemos janelas, senão continuaremos sendo gado, pastando o dia todo para engordar e ir para o corte no corredor da morte que não dá pra voltar atrás.

Jorge Saladino

4 Comentários:

Anônimo disse...

sabe aquela frase todos os caminhos levam a Roma... e a gente feito trouxa fica vivendo da aba dos outros...

Anônimo disse...

belo texto cara parabéns!!

Anônimo disse...

Boca no trombone,
Saladino esqueceu de dizer que num mundo globolizado a gatunagem es espalhou por toda canto e quem não rouba é roubado na novela.

Oliver Pickwick disse...

Nem a ex-quase-socialista Europa escapou deste canto de sereia.
É preciso uma quarta onda, como aquela liderada por aquele seu antigo chará, o Saladino.
Um abraço!

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